Vida de São Maximiliano Kolbe (53ª Parte) 

IV - De novo no oitavo círculo
15. E ele foi glorificado!

O martírio de Frei Maximiliano Kolbe, logo após a Segunda Grande Guerra Mundial começou a comover não somente sua terra natal, a Polônia, mas toda a Europa, para não se dizer o mundo inteiro. E quando foram aparecendo relatórios sobre a heroicidade de seu ato, o mundo ficou pasmado ao constatar que, em pleno século XX, pudesse haver barbaridades e atrocidades como aquelas perpetradas nos campos de concentração.

De todas as partes do mundo começaram a chegar a Roma pedidos para que nosso herói fosse canonizado. Atendendo esses pedidos, já no dia 17 de dezembro de 1971 o Papa Paulo VI declara Frei Maximiliano Maria Kolbe beato. E na solene beatificação, o Santo Padre Paulo VI fez a seguinte homilia:

‘‘Maximiliano Kolbe Beato (Bem-aventurado). O que isso quer dizer? Quer dizer que a Igreja reconhece nele uma figura extraordinária, um homem em que a graça de Deus e a alma dele se uniram de tal modo e produziu uma vida estupenda, e quem observa com atenção descobre essa simbiose de um duplo princípio operante, o divino e o humano, misterioso um, experimental outro, mas complexo e dilatado a tal ponto de atingir aquele singular aspecto de grandeza moral e espiritual que chamamos santidade, isto é, perfeição atingida no parâmetro religioso que, como se sabe, desliza pelas alturas infinitas do Absoluto.

Beato, pois, quer dizer ser digno daquela veneração, isto é, daquele culto permitido, local e relativo, que implica a admiração para aquele que é objeto pelo qual fora extraordinário e magnífico nele reflexo do Espírito Santificante. Beato quer dizer ser salvo e glorioso. Quer dizer cidadão do céu, com todos os sinais peculiares do cidadão da terra. Quer dizer irmão e amigo que sabemos ainda nosso, até mais que nosso, porque identificado como membro operante da comunhão dos santos, que é aquele corpo místico de Cristo, Igreja vivente tanto no tempo como na eternidade. Quer dizer advogado por essa razão, e protetor no reino da caridade, juntamente com Cristo sempre vivo para poder interceder por nós (Hb 7,25; cf. Rm 8,34); quer dizer, finalmente, campeão exemplar, tipo de homem no qual podemos conformar nossa arte de viver, sendo a ele, ao Beato, reconhecido o privilégio do Apóstolo São Paulo de poder dizer ao povo cristão ‘‘Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo’’ (1Cor 4,16; 11,1; Fl 3,17; cf. 1Ts 3,7). (continua)

O Santo que Esteve no Inferno - Ivo Montanhese - Editora Santuário

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